Dia Mundial da Saúde

No dia Mundial da Saúde, 07 de abril, salientamos as Enfermeiras Paraquedistas, nomeadamente a sua participação na Guerra do Ultramar.

O papel fundamental que desempenharam nos diversos teatros de operações, merece o devido reconhecimento. Foram pessoas como estas que asseguraram os cuidados de saúde dos militares em tempos difíceis, e salvaram inúmeras vidas.

Estando Portugal envolvido num conflito subversivo de longa duração e grande desgaste entre 1961 e 1974/5, as lições que podiam ser aproveitadas dos conflitos que França e o Reino Unido haviam travado (e ainda travavam) na Indochina, Argélia e Birmânia (respetivamente) inspiravam os altos responsáveis militares e políticos das Forças Armadas.

                                                                      

            Existindo em ambos os países uma forte (ainda que recente, naturalmente) tradição de Pára-quedismo e de participação de mulheres no apoio às operações, o modelo da IPSA (Infirmières Pilotes - Secouristes de lAir ou Enfermeiras Pára-quedistas Socorristas do Ar, movimento fundado em 1934) da Cruz Vermelha Francesa seria aquele que mais inspiraria a criação, com o patrocínio da Sub-Secretaria de Estado da Aeronáutica, do curso das Enfermeiras Pára-quedistas Portuguesas.

            Com o exemplo nacional, embora no campo civil e desportivo, de Dª Isabel Rilvas – a primeira Pára-quedista na Península Ibérica - caberia ao Batalhão de Caçadores Pára-Quedistas receber em Maio de 1961, em Tancos (onde a pioneira Dª Isabel Rilvas já saltara em 1959) as 11 candidatas que se apresentaram às provas de triagem e admissão. Começando o curso em Junho desse ano uma recruta de uma duração de mais de dois meses, com um mês dedicado em exclusivo ao para-quedismo, cinco enfermeiras seriam eliminadas neste processo. As seis candidatas que tiveram aproveitamento (realizaram quatro saltos) seriam brevetadas em Agosto desse ano, ficando conhecidas como as enfermeiras do Curso das Seis Marias, que integrava:

 1ª. – Enf. Maria Arminda Lopes Pereira (Alferes graduada)
2ª. – Enf. Maria Zulmira Pereira André (Alferes graduada)
3ª. – Enf. Maria Nazaré Morais Rosa de Mascarenhas e Andrade (Alferes graduada)
4ª. – Enf. Maria do Céu da Cruz Policarpo (Alferes graduada)
5ª. – Enf. Maria Ivone Quintino dos Reis (Alferes graduada)
6ª. – Aux. Enf. Maria de Lourdes Rodrigues(1ª Sargento graduada)

                                                           

Exemplo de coragem, voluntarismo e dedicação, realizar-se-iam ao longo do período da Guerra mais 11 cursos além do pioneiro, tendo concorrido um total de 126 enfermeiras e auxiliares das quais 48 terminaram o curso e conquistaram o brevet . Muitas delas seguiriam para a frente de combate, participando no apoio a todos os teatros de operações de Angola, da Índia Portuguesa, de Moçambique e da Guiné, e até em Timor, já em 1975 e oficialmente terminada a Guerra.