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O Coronel Piloto Aviador Rui Manuel de Jesus Romão, filho de Manuel Romão e Emília Francisco, é o mais novo de quatro irmãos, é natural de Gândara dos Olivais, freguesia de Marrazes, concelho e distrito de Leiria, onde nasceu a 26 de novembro de 1969.

Ingressou nas fileiras da Força Aérea, por vocação, a 29 de agosto de 1988, licenciando-se em Ciências Militares e Aeronáuticas na Academia da Força Aérea, ramo Pilotagem, tendo obtido o Brevet de Piloto Aviador em 1994, após ter efetuado o Tirocínio nos Estados-Unidos da América.

Após o tirocínio foi colocado na Esquadrilha 505, intitulada de “Jacarés”, na BA1 na Granja do Marquês, em Sintra. Foi Oficial de Segurança de Voo da Esquadrilha onde permaneceu até 1996 como Piloto Operacional em Cessna FTB-337G. Ao lado dos digníssimos “Jacarés” “cumpriu sem receio o seu mandado” e deu os primeiros passos enquanto Piloto Aviador, tendo aprendido desde cedo que o cumprimento da missão depende das pessoas e não tanto dos recursos materiais.

Em 1996 foi transferido para a BA11, em Beja, para frequentar o programa de qualificação naquela que viria a ser a sua aeronave de eleição, o Alpha-Jet, na qual efetuou mais de 2000 horas de voo.


Em 1997 tornou-se “Jaguar” na Esquadra 301, onde permaneceu até 2000. Nesse período, ainda Tenente, além de Piloto Operacional nos “Jaguares” acumulou funções de Comandante da Esquadrilha de Instrução e Serviços, na Esquadra de Pessoal da Unidade. De manhã, de fato de voo, em formação cerrada com os “Jaguares” e à tarde de uniforme de serviço interno dedicado à instrução militar e aos serviços. Aqui conheceu a importância dos civis na Força Aérea e o valor que a disciplina representa para uma Unidade.

Em 2000 transitou para a Esquadra que mais o viu crescer e realizar-se enquanto Piloto Aviador, a mítica Esquadra de Instrução Complementar de Pilotagem em Aviões de Combate (EICPAC), a Esquadra 103, cujas origens remontam a 1953 e à Esquadrilha de “Voo sem Visibilidade” dos T-33A “Shooting Star”, então sediados na BA2, na Ota.


Na Esquadra 103, os “Caracóis”, foi acima de tudo Piloto Instrutor, mas não só. Foi Oficial de Segurança de Voo, Oficial de Operações e entre 2006 e 2007 foi Comandante de Esquadra (Caracol Mor). Entre 2001 e 2007, a par com as funções de Piloto Instrutor, liderou a acrobacia baixa em formação a dois Alpha-Jet e o regresso à atividade da lendária Patrulha Acrobática “Asas de Portugal”, a qual comandou a partir de 2005. Foi na Esquadra 103 que percebeu quando e como uma Esquadra de voo, em todas as suas dimensões, deixa de o ser meramente e se transforma numa verdadeira família, una em todos os momentos e propósitos, aliando saber e profissionalismo a uma “vontade de ferro” de cumprir a missão, própria dos “Caracóis”.
Em 2007 regressou aos EUA para frequentar o curso de comando e estado maior designado Air Command and Staff College, permitindo-lhe obter o Mestrado em “Military Operational Art and Science”. 

Da sua passagem pela Air University da USAF retém a excelência da organização, a qualidade e a relevância do ensino, de cariz conjunto, com natural preponderância para o estudo do Poder Aéreo, razões de sobra que levavam a Força Aérea Portuguesa a reservar uma vaga por ano no ACSC. Do estudo da história militar, em particular da Segunda Guerra Mundial, sublinha a importância das Componentes Operacionais dos Ramos conseguirem operar em Conjunto, sem abdicarem da sua especificidade própria.

No final do curso foi-lhe atribuído o prémio Liderança, Brigadier General Robbie Risner, “for oustanding professionalism, leadership and academic achievement”.

Em 2008 regressou a Portugal e foi colocado no Instituto de Estudos Superiores Militares, na Área de Ensino Específico da Força Aérea e mais tarde na Área de Ensino de Operações, onde lecionou Joint Targeting, operações de evacuação de não-combatentes, o processo de planeamento de operações e arte operacional. Neste período foi ainda professor assessor temporário na Escola Superior de Guerra em Luanda, no âmbito da Cooperação Técnico Militar com Angola.

Da sua passagem de quatro anos pelo Ensino Superior Militar salienta a importância da investigação, da atualização constante de conhecimentos e do ensino superior militar ser objetivo, eficientemente centrado nas áreas de formação das ciências militares e no saber que constitua de facto valor acrescido para as Forças Armadas.

Entre 2012 e 2014 e já como Tenente-coronel foi colocado no Gabinete do Chefe de Estado-Maior-General das Forças Armadas onde desempenhou funções de Adjunto Militar do CEMGFA, primeiro servindo com o General Luís Araújo, depois com o General Pina Monteiro. Pela primeira vez a desempenhar funções no nível estratégico-militar percebeu a importância de o CEMGFA ser competente, determinado e capaz de se relacionar com o nível político na salvaguarda da estabilidade, modernização e relevância operacional das Forças Armadas.

Em 2014 foi escolhido para desempenhar funções de Conselheiro Militar na Delegação Portuguesa junto da NATO, em Bruxelas, inicialmente sob a liderança do Embaixador Mira Gomes e mais tarde do Embaixador Almeida Sampaio, com quem serviu grande parte da sua comissão de serviço. Durante três anos e no quadro das suas responsabilidades representou Portugal nos Comités de Defesa Aérea e Antimíssil (em particular no que diz respeito ao processo e implicações da transição do Policiamento Aéreo para a Defesa Aérea); no Comité da Aviação (nos pilares da gestão de tráfego aéreo e aeronavegabilidade); no Comité Política das Operações (nos aspetos relacionados com a capacitação da defesa do Iraque, KFOR e Planos de Resposta Gradual); no Comité de Planeamento e Política de Defesa (quando se discutiu o Poder Aéreo da Aliança); no Comité das Parcerias e Segurança Cooperativa (para acompanhamento dos Balcãs Ocidentais, da adesão do Montenegro à NATO e na avaliação da implementação dos pacotes de capacitação da defesa para o Iraque, Geórgia, Jordânia e Moldova).

Ao longo dos três anos na DELNATO teve a oportunidade de testemunhar, diariamente, toda a capacidade de trabalho e entrega incondicional à defesa dos interesses nacionais, por parte de uma equipa coesa e resiliente de brilhantes diplomatas portugueses.

Em 2017, já com o posto de Coronel e passados dez anos ao serviço das Forças Armadas e do País, em funções diversas, regressou finalmente ao seu Ramo e foi nomeado Comandante do Corpo de Alunos na Academia da Força Aérea. Em simultâneo foi nomeado para a frequência do Curso de Defesa Nacional no Instituto de Defesa Nacional.

Não teve a oportunidade de permanecer tempo suficiente nas suas funções de Comandante do Corpo de Alunos para marcar de forma indelével os seus jovens Alunos, no entanto, a passagem pela Academia da Força Aérea, embora curta, foi uma experiência marcante, pela missão, a “Casa” e especialmente as Pessoas que incondicionalmente se dedicam a “preparar hoje os chefes de amanhã”.

Em outubro de 2018 foi nomeado para Chefe da Área de Operações e Diretor do Centro de Operações Conjunto do Comando Conjunto das Operações Militares, sendo primariamente responsável pelo acompanhamento próximo e ininterrupto das Forças Nacionais Destacadas. A par do apoio prestado às Forças Nacionais Destacadas, envolveu-se de forma particular nos processos de transformação e valorização do CCOM, promovidos pelo CEMGFA. No Centro de Operações Conjunto, órgão nuclear no CCOM, a transformação incidiu de forma particular nas dimensões de recursos, processos e mentalidades. Notou, como em tantas outras situações, o valor do trabalho em equipa e de todos estarem alinhados com os objetivos superiormente traçados.
Como Piloto Aviador voou aeronaves como o Chipmunk; o Cessna T-41 Mescalero; o T-37 Tweety; o T-38 Talon; o Cessna FTB-337G Super Skymaster e ainda o Alpha Jet, totalizando cerca de 3000 horas de voo.

Na sua folha de serviço constam diversas condecorações e louvores.

É casado com a Yvonne e tem dois filhos, o Rodrigo e o André.