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Centro de Treino de Sobrevivência da Força Aérea

Missão

Ministrar cursos de sobrevivência e salvamento individual, incluindo em ambientes de natureza nuclear, radiológica, biológica ou química (NRBQ), bem como ainda nos domínios do reconhecimento e inativação de engenhos explosivos.

 

Competências

a) Desenvolver e divulgar técnicas nas áreas de Sobrevivência; Defesa Nuclear, Radiológica, Biológica e Química (NRBQ); Reconhecimento e Inativação de Engenhos Explosivos (RIEE), Convencionais, Improvisados e Biológicos, Químicos e Radiológicos (BQR) e noutras áreas englobadas nas capacidades de proteção da força;

b) Ministrar formação operacional nas áreas de Sobrevivência, Defesa NRBQ; RIEE e noutras englobadas nas capacidades de proteção da força;

c) Ministrar e coordenar formação operacional no âmbito dos Individual Common Core Skills (ICCS);

d) Organizar programas de treino, manutenção de qualificações e proficiência, dentro da sua esfera de ação, para aumentar a prontidão, eficácia e eficiência dos meios humanos e materiais;

e) Ministrar formação técnica aos formadores envolvidos nos cursos e exercícios realizados pelo Centro de Treino de Sobrevivência da Força Aérea (CTSFA);

f) Planear, dirigir, controlar e executar o aprontamento, a manutenção e o desempenho de funções operacionais de Sobrevivência, Defesa NRBQ, RIEE e noutras áreas englobadas nas capacidades de proteção da força, superiormente determinadas; 

g) Assegurar a prontidão e a operacionalidade dos sistemas e equipamentos necessários para garantir o cumprimento da missão do CTSFA;

h) Elaborar estudos e publicações sobre técnicas, sistemas e equipamentos nas áreas de Sobrevivência, Defesa NRBQ, RIEE e noutras áreas englobadas nas capacidades de proteção da força;

i) Ensaiar e testar equipamentos das áreas de Sobrevivência, Defesa NRBQ, RIEE e outras englobadas nas capacidades de proteção da força e emitir os respetivos pareceres técnicos;

j) Contribuir para a definição de conceitos de operação e de emprego nas áreas de Sobrevivência, Defesa NRBQ, RIEE e noutras áreas englobadas nas capacidades de proteção da força;

k) Colaborar nas inspeções técnicas nas áreas de Sobrevivência, Defesa NRBQ, RIEE e outras áreas englobadas nas capacidades de proteção da força;

l) Colaborar nas avaliações táticas nas vertentes de Sobrevivência, Defesa NRBQ, RIEE e noutras áreas englobadas nas capacidades de proteção da força.

HISTÓRIA

No início da década de 70, a Força Aérea Portuguesa sentiu a necessidade de instruir as suas tripulações para fazerem face à adversidade de uma situação de sobrevivência, de forma a permitir a recuperação rápida dos tripulantes de áreas hostis no caso de aeronaves abatidas ou acidentadas. Inicialmente instalado no Regimento de Caçadores Pára-quedistas, o Centro de Instrução de Sobrevivência Tropical (CIST) formou cerca de 400 estagiários até ao epílogo dos conflitos ultramarinos.

Após o fim da guerra, foi decidido prosseguir com a instrução de Sobrevivência, enfatizando agora o ambiente marítimo em detrimento do ambiente tropical, dadas as características do território de Portugal Continental com a sua longa costa e os arquipélagos da Madeira e Açores.

Assim surgiu o Centro de Treino de Sobrevivência da Força Aérea (CTSFA), criado pelo Despacho do Chefe do Estado-Maior da Força Aérea (CEMFA) de 29 de setembro de 1976. Embora na dependência funcional do Comando Operacional da Força Aérea (COFA), as suas instalações foram criadas na Base Aérea N.º 6, no Montijo, e com a missão de ministrar cursos de sobrevivência no mar. Mais tarde, em 1981, foi introduzida a vertente terrestre.

Em março de 1980, o CEMFA, após apreciação de um estudo visando introduzir a capacidade de Defesa Nuclear, Biológica e Química (NBQ) na Força Aérea, determinou o alargamento das actividades do CTSFA à Defesa NBQ, o que viria a concretizar-se em maio de 1983.

Através do Despacho N.º 02/84 de 06 de janeiro de 1984, o CEMFA, determina oficialmente o alargamento de ação do CTSFA abarcando as áreas de Defesa NBQ, do Reconhecimento e Inativação de Engenhos Explosivos (RIEE), cuja secção viria a iniciar a sua atividade em janeiro de 1985 e da Fuga e Evasão, afinal a aplicação prática dos conhecimentos e noções de sobrevivência já apreendidas, mas agora em ambiente hostil.

Foi também em 1984 que o CTSFA se mudou para as instalações que atualmente ocupa.

Para melhor aproveitamento dos recursos humanos e materiais a par da redução de custos por exercício, o CTSFA através da Info. N.º 07/2001 de 06 de novembro, propôs a reformulação dos cursos de Sobrevivência em Terra e Fuga e Evasão, tendo havido despacho favorável do Tenente-General COFA (14 de dezembro de 2001), quanto à criação de um novo curso denominado de Sobrevivência em Combate e Recuperação (CSCR).

Este curso não era mais do que a fusão do curso de Sobrevivência em Terra com o exercício de Fuga e Evasão. Em virtude dos instrutores das secções de Sobrevivência em Terra e Fuga e Evasão serem os mesmos, optou-se então por fazer a fusão das duas secções e passar a denominar-se Secção de Treino de Sobrevivência e Recuperação (STSR).

A conveniência de estender a capacidade da Força Aérea à área de Combat Search And Rescue (CSAR) levou a que o COFA, através de uma mensagem de 11 de setembro de 2002, ativasse a Secção de Treino para Resgate em Combate (STRESCOM), no CTSFA, visando a formação de equipas de RESCOM-CSAR com o intuito de proteger e recuperar tripulantes em território hostil e, quando apropriado, militares isolados em situação difícil. Em 2006, por diversas razões, este programa viria a ser extinto.

Com o Despacho N.º 25/05/A do CEMFA de 20 de junho, o CTSFA passou a depender hierarquicamente do COFA, continuando no entanto a estar localizado na Base Aérea N.º 6 e na sua dependência para efeitos de apoio logístico e administrativo.

Atualmente o CTSFA é composto por:

- Gabinete de Uniformização e Avaliação (GUA): tem como missão executar os programas de qualificação e treino dos formadores do CTSFA, garantir a manutenção da proficiência dos formadores e das respetivas qualificações operacionais e acautelar a uniformização de procedimentos de toda a atividade do CTSFA.

- Esquadrilha de Sobrevivência, Evasão, Resistência e Extração (ESERE): compete ministrar e divulgar, ao pessoal navegante, as técnicas de sobrevivência, recuperação e salvamento em terra e no mar, bem como procedimentos em ambiente hostil.

- Esquadrilha de Defesa Nuclear, Biológica, Radiológica e Química (EDNRBQ): compete ministrar conhecimentos e treino sobre defesa contra ataques de natureza Nuclear, Radiológica, Biológica e Química.

- Esquadrilha de Reconhecimento e Inativação de Engenhos Explosivos (ERIEE): compete preparar pessoal para a tomada de medidas de proteção e segurança e neutralização de engenhos explosivos convencionais (militares) ou improvisados.

- Esquadrilha de Individual Common Core Skills (EICCS): compete ministrar e coordenar os conhecimentos e treino sobre competências básicas transversais aos militares, designadamente:

- Primeiros Socorros;

- Defesa Nuclear, Radiológica, Biológica e Química;

- Reconhecimento Pós-ataque;

- Segurança Protetiva;

- Tática e Tiro Individual;

- Combate a Incêndios e Salvamento.

No âmbito da sua missão, o CTSFA dá formação não só ao pessoal da Força Aérea mas também a elementos de outros ramos das forças militares ou militarizadas tais como Guarda Nacional Republicana (GNR), Policia de Segurança Publica (PSP), Sistema de Informações da República Portuguesa e Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) ou ainda a forças armadas estrangeiras, nomeadamente Espanha e Marrocos, Argélia, Tunísia, Inglaterra, Polónia, Hungria, Republica Checa, Lituânia, Bélgica., Dinamarca Eslováquia, Eslovénia, Bulgária Angola Moçambique e Cabo Verde.

Os cerca de 30 oficiais, sargentos e praças do CTSFA contribuem pois, decisivamente para uma melhor preparação e formação técnica da Força Aérea ou de todos quantos procurem no CTSFA os ensinamentos que este ministra sob a égide do seu lema "ANIMUS MANENDI" (Resistência Permanente).