Conteúdo principal

Estação de Radar N.º 2

Missão

A Estação de Radar N.º 2 (ER2), localizada na Serra do Pilar, é um elemento de componente operacional do sistema de forças, da responsabilidade da Força Aérea, com a missão de garantir a prontidão dos meios de deteção e de comunicações integrados no sistema de comando e controlo aéreo.

 

Competências

a) Manter, reparar e conservar todos os sistemas de vigilância e deteção, comunicações e eletromecânicos sob a sua responsabilidade;

b) Proceder à conservação das infraestruturas e materiais atribuídos;

c) Garantir o cumprimento das normas em vigor tendo em vista a segurança militar e defesa da Unidade.  

HISTÓRIA

A Esquadra de Deteção e Conduta da Interceção n.º 12 (EDCI 12) nasceu como Unidade de Defesa Aérea do então chamado Sistema de Alerta (SA), mais tarde designado por Grupo de Deteção, Alerta, Controlo de Interceção (GDACI). Dependeu do Comando do GDACI até à extinção deste, em 1975, passando, desde então, a depender diretamente do Comando Operacional da Força Aérea. Muito embora se reporte o dia da Unidade a 15 de setembro de 1958, por se tratar da data a partir da qual se iniciou a atividade operacional da Estação de Radar do Pilar, os primórdios da Esquadra remontam ao início de 1957, mais propriamente a 7 de janeiro, dia em que os primeiros militares e com eles aquele que viria a ser o seu primeiro Comandante chegaram à vila de Paços de Ferreira, ficando alojados na única pensão então existente.

A primeira tarefa consistiu em preparar instalações provisórias que permitissem o arranque da novel Unidade da Força Aérea com condições mínimas para os técnicos e o pessoal de apoio que viriam a seguir, em levas sucessivas, durante todo o ano de 1957. No Pilar, monte sobranceiro à vila e ao fértil vale do rio Ferreira, dominando larga extensão territorial desde o litoral a norte do Douro até aos contrafortes do Marão, as infraestruturas das instalações técnicas ficaram praticamente concluídas e aptas a receber os equipamentos de deteção e de comunicações. Os trabalhos de montagem encetaram‑se, por isso, de imediato.

O mesmo não acontecia na vila, local escolhido para o Aquartelamento, onde foi necessário alugar algumas casas para instalar provisoriamente as messes e os alojamentos do pessoal. Só em 31 de março de 1964 se inaugurou o Aquartelamento, ou melhor, uma primeira fase das suas infraestruturas já que passou a dispor apenas de camaratas para praças, cozinhas e um refeitório, oficinas auto e casa da guarda. Foi nesta última que foram instalados o gabinete do comando, a secretaria geral e a administração, enquanto os serviços de saúde, de intendência e contabilidade e de pessoal ficaram precariamente instalados em parte das camaratas das praças.

Com o gradual aumento dos efetivos e das exigências dos Serviços e face à demora das restantes infraestruturas, foi necessário recorrer a novas soluções, criando espaços com requisitos mínimos para responder a esse crescimento. A conclusão do Aquartelamento foi sendo sucessivamente protelada como consequência da mobilização dos recursos humanos e materiais para as guerras de África, pelo que só a partir de 1977 se reiniciaram as construções destinadas a instalar definitivamente o comando, o serviço de saúde, oficinas gerais, administração, alojamentos de oficiais e de sargentos e a pavimentação a cubos de granito dos arruamentos da Unidade, bem como os trabalhos de edificação dos clubes de oficiais e de sargentos com que, finalmente, se concluíram as infraestruturas inicialmente programadas.

Em janeiro de 1999, o Ministério da Defesa Nacional (MDN) alienou à Câmara Municipal de Paços de Ferreira as instalações situadas na cidade, com exceção dos alojamentos de oficiais e sargentos e do heliporto. Durante todo este período, os dois Radares inicialmente instalados foram substituídos. Em 1961, o Radar Altimétrico AN/TPS‑10D deu lugar ao AN/FPS‑6A, de maior alcance, maior precisão e de mais fácil leitura. Cinco anos depois, por modificação e substituição de alguns dos seus componentes, o Radar Planimétrico AN/FPS – 8 transformou‑se no AN/FPS – 88, que, além de ter maior capacidade de deteção e de ser dotado de alguns circuitos anti‑jamming, deixava de ser monocanal, garantindo maior fiabilidade e, consequentemente, maior operatividade.

Desde a sua fundação, a Esquadra n.º 12 operava e mantinha a Estação da rede de comunicações da Força Aérea (estação de micro‑ondas), localizada em São Pedro Velho, na Serra da Freita, concelho de Arouca, a cerca de 70 quilómetros da sua sede, Estação essa que passou a ser apoiada e mantida pelo Aeródromo de Manobra nº 1 (AM1), em Maceda‑Ovar. A Esquadra n.º 12 apoiava ainda todo o pessoal da Força Aérea que prestava serviço em diligência no então Centro de Seleção do Porto e fornecia apoio logístico e administrativo à Delegação Norte do Centro de Recrutamento e Mobilização nº 1, atual Delegação Norte do Centro de Recrutamento da Força Aérea (CRFA).

Como o sistema utilizado começava a ficar obsoleto, de difícil sustentação e inadequado aos novos requisitos de Defesa Aérea, a partir de 1990, iniciou‑se a implementação de um novo sistema radar: um sistema tridimensional de longo alcance, com origem na primeira fase do Programa que visava a implementação do Sistema de Comando e Controlo Aéreo de Portugal (SICCAP), ainda ativo. Começando a operar em 1996, o sistema radar atualmente instalado foi integrado através do programa NATO Radars for the Southern Region and Portugal (RSRP).

Em março de 1996, por despacho de Sua Excelência o Chefe do Estado-Maior da Força Aérea, foi ativada a Estação de Radar nº 2 — herdeira patrimonial e histórica da Esquadra de Deteção e Conduta de Interceção n.º 12, desativada na mesma data.

Atualmente, esta Unidade assume um papel fundamental no sistema de Defesa Aérea nacional, disponibilizando a imagem radar do espaço aéreo nacional, bem como as componentes de comunicações Gound‑Air‑Groung e Tactical Data Link, que, no seu conjunto, são parte integrante do sistema de Comando e Controlo Aéreo português, contribuindo de forma decisiva para a soberania nacional e para o cumprimento dos nossos compromissos com a Aliança Atlântica.

 

CERTIFICAÇÃO AMBIENTAL