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Projeto da Força Aérea em destaque no Estado da União da União Europeia

A Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, destacou ontem, durante o discurso sobre o Estado da União, a Constelação do Atlântico – o maior projeto espacial da história de Portugal – como exemplo de inovação e cooperação europeia.

A Constelação do Atlântico é uma iniciativa conjunta entre Portugal e Espanha, que integra a agenda New Space Portugal, liderada pela Força Aérea Portuguesa. Este projeto prevê o desenvolvimento e operação de 26 satélites – 12 de radar de abertura sintética (SAR) e 14 óticos – com capacidade para fornecer imagens de alta e muito alta resolução, com revisita intradiária, garantindo uma observação contínua do planeta.

Recorde-se que em junho, o CTI Aeroespacial – um centro de tecnologia e inovação fruto de uma parceria entre a Força Aérea, o CEIIA e a GEOSAT – assinou com a ICEYE, líder global em tecnologia de satélites de radar de abertura sintética (SAR), a aquisição do primeiro satélite SAR de uso nacional, com recurso a verbas do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), que vai permitir reforçar significativamente a capacidade de observação da Terra e a soberania nacional, mesmo em condições meteorológicas adversas. Simultaneamente, foi assinado um memorando de entendimento estratégico para garantir suporte técnico, com o objetivo de que Portugal venha a desenvolver capacidades próprias na produção daqueles satélites. Prevê-se que este primeiro satélite seja lançado já em fevereiro de 2026.

A Força Aérea tem apostado no desenvolvimento de novas capacidades aéreas e espaciais, através de parcerias estratégicas, nomeadamente com o CEIIA, através do CTI Aeroespacial, e em estreita colaboração com a Base Tecnológica e Industrial de Defesa, com particular relevo em projetos de Investigação, Desenvolvimento e Inovação (ID&I), apoiados por financiamento do PRR.

O passo agora estabelecido vai ao encontro da estratégia definida de conquista de novas capacidades. Tal como o CEMFA explicou, “a Força Aérea está em mudança, conforme o Plano de Voo “Força Aérea 5.3”" apresentado no ano passado, que visa a conquista do 5.º Domínio Operacional – o Espaço. Para além do contributo fundamental do domínio aéreo, o sucesso da Segurança e Defesa de Portugal só pode ser alcançado através da ação integrada de múltiplos domínios operacionais, dos quais se incluem o Ciberespaço e o Espaço. A visão da Força Aérea visa empregar o poder aeroespacial para potenciar o cumprimento das missões atribuídas e dotar a Força Aérea com capacidade de monitorização que garanta o conhecimento situacional e o controlo da utilização do espaço nas áreas de interesse nacional, no âmbito da Segurança e Defesa, simultaneamente fomentando o desenvolvimento e a integração de novos processos, serviços ou produtos baseados em conhecimento científico e tecnológico e de elevado valor acrescentado”.

Como parte dessa Estratégia, recorde-se que em 25 de setembro de 2024 foi inaugurado o Centro de Operações Espaciais da Força Aérea, com a missão de exercer a vigilância, o conhecimento da situação espacial de interesse e o apoio espacial ao planeamento e execução das missões atribuídas à Força Aérea.

Este conjunto de projetos posiciona a Força Aérea na linha da frente da inovação tecnológica, projetando Portugal no espaço e reforçando o papel da defesa nacional na era espacial.