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Primeiro C-130H modernizado entregue à Força Aérea

A Força Aérea recebeu ontem, 2 de maio, o primeiro avião C-130H totalmente reconfigurado depois de um complexo processo de modernização de sistemas e equipamentos.

Esta modernização, que abrange quatro aviões da frota C-130H, contempla alterações estruturais e uma muito profunda modificação nos sistemas aviónicos da aeronave, integrando um conjunto significativo de novos equipamentos, sistemas de navegação e comunicação que resultaram na transformação do cockpit da aeronave, equiparando-o ao que de mais moderno existe na aviação militar mundial.

Na cerimónia de entrega da primeira aeronave, que decorreu na Base Aérea N.º 6, no Montijo, esteve presente Paulo Monginho, CEO da OGMA, que reconheceu ter-se tratado do contrato mais ambicioso de modificação de aeronaves levado a cabo pela OGMA e que implicou mais de “90 mil horas de engenharia, 53 mil horas de intervenção em hangar, mil desenhos, 500 relatórios de engenharia, instalados 17 km de cablagem por aeronave e 100 horas de voo de ensaios".

O Chefe do Estado-Maior da Força Aérea, General João Cartaxo Alves, recordou que desde início se sabia que este projeto seria moroso e implicaria muita resiliência para ser concluído, só tendo sido possível chegar ao momento atual devido à dedicação dos militares da Esquadra 501, da Direção de Manutenção e Sistemas de Armas, da Direção de Engenharia e Programas e da Autoridade Aeronáutica Nacional. “Sempre soubemos que ia ser um processo complexo mas fundamental não só para a Força Aérea como também para a capacitação da indústria aeronáutica nacional, nomeadamente das OGMA. Foi um desafio para a Força Aérea que se superou na área da programação, da gestão, da manutenção”, reconheceu, acrescentando que hoje entramos numa “nova fase de operação, pelo que é um motivo para todos nos orgulharmos”.

A intervenção estrutural de modernização de quatro C-130H da Força Aérea integra-se no programa europeu SESAR – Single European Sky ATM Research – “Céu Único Europeu” –, que procura adaptar as aeronaves às exigências e regras atuais dos céus europeus, com o objetivo de incrementar a segurança na circulação aérea, aumentar o volume de tráfego aéreo, reduzir custos através de uma gestão mais eficiente de rotas de voo e minimizar o impacto ambiental das operações aéreas.

Esta modernização, cofinanciada por fundos europeus, permite à Força Aérea continuar a cumprir a sua missão em teatros nacionais e internacionais, sendo que os aviões C-130H garantem o transporte aéreo quer em operações de natureza militar quer de interesse público, além de missões de patrulhamento marítimo e busca e salvamento.

Recentemente foram responsáveis pelas missões de repatriamento de cidadãos que se encontravam em Telavive e em Marrocos. Em utilização pela Força Aérea desde 1977, já atuaram em Angola, Moçambique, S. Tomé, Cabo Verde, República Democrática do Congo, Timor, Golfo Pérsico, Moscovo, Afeganistão, Ruanda ou Balcãs.

A implementação do projeto envolve a participação da OGMA – Indústria Aeronáutica de Portugal, S.A. e de equipas da Força Aérea e Autoridade Aeronáutica Nacional em domínios complementares como o design, integração, controlo e supervisão, bem como certificação da modificação da aeronave.

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