A edição deste ano do prestigiado exercício internacional NATO Tiger Meet, que decorre a partir da Base Aérea N.º 11, Beja, até 3 de outubro, distingue-se pela integração inovadora de imagens obtidas por satélites de muito alta resolução, que vão dar suporte às operações através da disponibilização de informação recolhida quase em tempo real e trabalhada pelo Centro de Operações Espaciais da Força Aérea, um órgão criado há um ano.
Com o apoio de entidades parceiras – CTI Aeroespacial, ICEYE e Geosat –, e num verdadeiro cenário multidomínio, foi instalada no exercício uma Célula de Inteligência, Vigilância e Reconhecimento (IVR) espacial, responsável por transformar dados recolhidos em conhecimento, oferecendo uma informação mais atual, precisa e relevante.
Esta capacidade proporciona uma perceção quase imediata da situação no terreno, permitindo decisões mais informadas e proativas, que aumentam a eficácia das operações e reduzem a incerteza em cenários complexos e dinâmicos.
Ao disponibilizar este conhecimento diretamente às forças no terreno, a Célula IVR acelera a coordenação entre diferentes níveis de comando e reforça a interoperabilidade, que constitui o verdadeiro centro de gravidade do exercício.
A integração da componente espacial num exercício da dimensão do NATO Tiger Meet demonstra que a utilização de dados provenientes de satélites em ambiente operacional já é uma realidade na Força Aérea. Este resultado nasce de um esforço consistente em projetar a Força Aérea para o Espaço, assumido como o 5.º Domínio Operacional. Um conceito que nos coloca na vanguarda das operações militares e reforça de forma decisiva a nossa supremacia no conhecimento. O envolvimento intenso de empresas como a ICEYE e a GEOSAT, líderes nas suas áreas de atuação, é a prova clara do reconhecimento que a Força Aérea Portuguesa conquistou junto da indústria espacial, fazendo desta parceria um marco na caminhada rumo ao Espaço.
O NATO Tiger Meet 2025 (NTM25) é um exercício multinacional que reúne militares de vários países parceiros em torno de operações táticas em diferentes domínios, visando o reforço da interoperabilidade entre forças aliadas.
Com chancela da NATO e sob organização da Força Aérea Portuguesa, constitui-se como um dos mais relevantes exercícios aéreos do mundo, com o objetivo de treinar e validar a capacidade das forças participantes para operar, de forma coordenada, em teatros de operação internacionais.
O exercício, que arrancou dia 21 de setembro, conta com cerca de 1700 militares empenhados diretamente no exercício, 1400 participantes de 12 nações diferentes, que vão executar treinos focados em cenários realistas de defesa aérea integrada, luta aérea ofensiva, ataque e de apoio à componente terrestre e marítima, essenciais para dar resposta aos atuais desafios da Defesa Militar.